Composto e publicado por Jean-Louis Mondon
Segundo a Biblia, o camaleão representa adaptabilidade, talento artístico, equilibrio e transformação. A sua habilidade de mudar as cores simboliza a necessidade de sempre ser flexível e de adaptar aos desafios do mundo.
Este artigo trata duma das principais habilidades de sobrevivência para garantir o sucesso em seu processo de imigração após tornar-se residente.
Camaleãon (hebraico Koach 'ko'-akh'): adapta-se a qualquer clima, situação ou circunstância e cria os recursos necessários - uma atmosfera propícia - ao seu próprio sucesso.
Depois de ter passado seis anos de incubação num ovo de camaleão, minha visão afligida por sua estereotípica inata despertou em seu novo meio ambiente.
Eu havia passado por uma metamorfose que ia além do meu senso de análise cartesiana. O espelho refletia apenas luzes caleidoscópicas esmaecidas cuja alternância não cessava tragar-me tal um barco à deriva. Era preciso soltar-me de minhas amarrações, minhas raízes não tinham mais terra onde me agarrar.
Por outro lado, com o passar dos anos , aprendi a aceitar essa nova natureza do camaleão. Ao final, não pergunta-se se o seu sistema de proteção instintivo segue as últimas tendências quando os ventos políticos, intelectuais, sociais ou artísticos estão em voga, se ele deve hoje vestir-se de azul, vermelho ou como ou quem manda a ordem do dia em verde ou com um traje bizarro.
A adaptação, incluindo a aquisição de uma nova língua, mesmo que seja uma mudança de sotaque, é uma obrigação se a carreira do imigrante ou a sua integração na sociedade depende da sua vontade de se integrar e assimilar ao seu novo ambiente.
Podemos acusar o camaleão de se transformar num cata-vento? Claro que não, o cata-vento segue a direção do vento, enquanto o camaleão enfrenta sem querer a mudança dos elementos e seu sistema de alarme permite que ele detecte o perigo que se aproxima e aciona seu dispositivo de segurança inofensivo, mas eficaz. Ou poderíamos repreender e culpar o duradouro estadista Marquês de Talleyrand de ter sobrevivido a vários governos sucessivos sem perder a cabeça dele?
Não posso negar que esta compostura 'reptiliana” (em francês: sangue frio) foi um dos mecanismos que me permitiu manter minha cabeça bem firme sobre os meus ombros sem ajuda de medicamentos com receita ou de outra maneira ilegal, criando uma falsa paz e um contentamento ilusório e efêmero que se terminaria num vicio ou infelizmente uma overdose.
Nota do autor: Nascido na Argélia, filho de 3 gerações de pais franceses, a vida levou-me a passar por 3 processos imigratórios que exigiram a aquisição de competências em sobrevivência. Aprender um novo idioma é um passaporte ou visto para um novo estilo de vida e exige esforço, coragem, resiliência e perseverança diante de inúmeros desafios. Já sobrevivi a 3 processos imigratórios bem-sucedidos e estou prestes a embarcar em mais uma emocionante jornada na minha quarta aventura, voltando para casa na Europa.
Jean-Louis
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